Neurocirurgia

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Tumor Cerebral Maligno

Tumores Cerebrais: Informações Essenciais

Um tumor cerebral é uma massa de células que se multiplicam de forma desordenada no cérebro ou nas meninges—membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central. Os tumores cerebrais podem ter diversas origens e causas, incluindo mutações genéticas hereditárias ou adquiridas, exposição a fatores ambientais como radiação ou substâncias tóxicas. Eles podem ser primários, quando começam no próprio cérebro, ou secundários, quando resultam de metástases de cânceres que surgiram em outras partes do corpo. Além disso, os tumores podem ser classificados como benignos ou malignos.

Sintomas Comuns de Tumores Cerebrais

Os sintomas de um tumor cerebral podem variar amplamente, dependendo do tamanho, tipo, localização do tumor e da velocidade de seu crescimento. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Dores de Cabeça Persistentes: podem piorar ao acordar, ao abaixar a cabeça ou ao se deitar, e podem ser acompanhadas de náuseas e vômitos.
  • Convulsões: incluem movimentos involuntários, dormência ou formigamento em partes do corpo e, em alguns casos, perda de consciência.
  • Alterações Neurológicas: fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, dificuldade para caminhar, problemas de equilíbrio e coordenação.
  • Mudanças Cognitivas e Comportamentais: confusão, perda de memória, dificuldade para se concentrar, alterações de humor ou de personalidade.
  • Problemas Visuais ou Auditivos: visão dupla, perda de campo visual ou zumbido nos ouvidos.
  • Outros Sintomas Gerais: fadiga, dificuldade para falar ou engolir e sonolência excessiva.

Tumores Cerebrais Malignos

Os tumores malignos do sistema nervoso central (SNC) são desafiadores devido à sua localização, crescimento invasivo e impacto funcional. São neoplasias que apresentam comportamento agressivo, com rápido crescimento e invasão dos tecidos cerebrais ao redor. Entre os mais prevalentes, destacam-se:

Gliomas

Os gliomas são tumores cerebrais que se originam nas células gliais, que têm a função de apoiar e proteger os neurônios. Existem vários tipos de gliomas, com variações em seu grau de malignidade:

  • Gliomas de Alto Grau: como o glioblastoma multiforme (GBM), são os mais agressivos e invasivos, podendo crescer rapidamente e infiltrar-se em áreas adjacentes do cérebro, o que dificulta a remoção completa.
  • Astrocitomas        e Oligodendrogliomas: podem afetar qualquer área do cérebro ou medula espinhal, com sintomas variando dependendo da localização e tamanho do tumor.
  1. Glioblastoma Multiforme (GBM)
  • Prevalência: é o tumor maligno primário mais comum no SNC, representando aproximadamente 15% dos tumores cerebrais primários.
  • Características: extremamente agressivo, com crescimento rápido e tendência a invadir tecidos cerebrais saudáveis, dificultando a remoção completa.
  • Tratamento: inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia, além de terapias-alvo e imunoterapias em casos selecionados.
  1. Astrocitoma Anaplásico
  • Prevalência: glioma de grau III, mais comum em adultos jovens e de meia-idade.
  • Características: cresce mais rápido que astrocitomas de baixo grau, podendo evoluir para glioblastoma.
  • Tratamento: geralmente uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
  1. Oligodendroglioma Anaplásico
  • Prevalência:raro, mas associado a mutações genéticas específicas, como a codeleção 1p/19q.
  • Características: cresce de forma mais lenta em comparação aos glioblastomas, mas ainda requer manejo agressivo.
  • Tratamento: responde bem à quimioterapia e radioterapia combinadas.

O diagnóstico é confirmado por meio de exames de imagem, como ressonância magnética (RM), e, em alguns casos, biópsia do tumor.

Tratamento dos Gliomas

O tratamento dos gliomas, tanto cerebrais quanto espinhais, envolve uma abordagem multimodal:

  • Cirurgia: remoção do tumor sempre que possível.
  • Radioterapia: utilizada para destruir células tumorais remanescentes ou quando a cirurgia não é viável.
  • Quimioterapia: medicamentos como a temozolomida são comumente administrados para inibir o crescimento das células tumorais.
  • Terapias Avançadas:
  • Implantes        de        Wafers        Quimioterápicos:        liberam        quimioterápicos diretamente na área do tumor.
  • Terapia de Campos Elétricos (Tumor Treating Fields): utiliza campos elétricos para interromper a divisão celular do tumor.
  • Reabilitação: inclui fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia para auxiliar na recuperação de funções motoras e cognitivas.

RESSECÇÃO NEUROCIRÚRGICA PARA GLIOMA CEREBRAL

Gliomas Espinhais

Quando presentes na medula espinhal, são chamados de gliomas espinhais e podem causar sintomas como:

  • Fraqueza
  • Perda de Sensibilidade
  • Dificuldade de Movimento
  • Paralisia (dependendo da localização)

O tratamento de gliomas espinhais segue um protocolo semelhante, mas pode envolver cuidados adicionais, incluindo reabilitação física para ajudar o paciente a recuperar a mobilidade e a função muscular.

  1. Meduloblastoma
  • Prevalência: o tumor maligno mais comum em crianças, frequentemente localizado no cerebelo.
  • Características: pode se disseminar pelo líquido cefalorraquidiano, alcançando outras áreas do cérebro e medula espinhal.
  • Tratamento: cirurgia seguida de radioterapia e quimioterapia; em crianças, o enfoque é em minimizar danos neurológicos.
  1. Linfoma Primário do SNC
  • Prevalência: mais frequente em pacientes imunossuprimidos, como aqueles com HIV ou submetidos a transplantes.
  • Características: origina-se nas células B e pode afetar o cérebro, olhos e, ocasionalmente, a medula espinhal.
  • Tratamento: inclui quimioterapia de alta dose e, em alguns casos, radioterapia.
  1. Ependimoma Anaplásico
  • Prevalência: mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos.
  • Características: origina-se no revestimento dos ventrículos ou canal central da medula espinhal, podendo causar obstrução do fluxo do líquor e hidrocefalia.
  • Tratamento: cirurgia seguida de radioterapia, com quimioterapia para casos mais avançados.

Avanços no Tratamento e Prognóstico

Com os avanços na neurocirurgia, técnicas de radioterapia e terapias-alvo, o manejo desses tumores está cada vez mais direcionado à melhora da qualidade de vida e da sobrevida dos pacientes. Esses ensaios clínicos continuam a investigar novas formas de tratamento, como terapias direcionadas e imunoterapias.

Reabilitação e Suporte ao Paciente

A reabilitação é uma parte essencial do tratamento, ajudando os pacientes a recuperar funções afetadas pela doença ou pelos tratamentos:

  • Fisioterapia: melhora a força muscular, equilíbrio e coordenação.
  • Terapia Ocupacional: auxilia na retomada das atividades diárias e na adaptação a possíveis limitações físicas.
  • Fonoaudiologia: ajuda a recuperar habilidades de fala, linguagem e deglutição.
  • Reabilitação Neurofuncional: especialmente importante em casos de gliomas espinhais.
  • Apoio Psicológico e Social: para lidar com o impacto emocional e social do diagnóstico e tratamento.

Nota: O diagnóstico e o tratamento de tumores cerebrais são complexos e devem ser conduzidos por uma equipe médica especializada. Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas sugestivos de um tumor cerebral, procure orientação médica imediatamente.

Para saber mais sobre o assunto ou esclarecer suas dúvidas, mande um e-mail: [email protected]