A meralgia parestésica é uma condição neurológica resultante da compressão ou irritação do nervo cutâneo femoral lateral, responsável pela sensibilidade na parte lateral da coxa. Embora não afete a força muscular, provoca sintomas sensoriais desconfortáveis, como dor, formigamento e dormência na área afetada.

MERALGIA PARESTÉSICA: COMPRESSÃO DO NERVO CUTÂNEO FEMORAL LATERAL
Causas e Fatores de Risco
A compressão do nervo cutâneo femoral lateral pode ocorrer devido a diversas situações:
- Uso de Roupas Apertadas: cintos, calças ou cintas que pressionam a região da virilha podem comprimir o nervo.
- Obesidade ou Ganho Rápido de Peso: o aumento de tecido adiposo na região pélvica exerce pressão sobre o nervo.
- Gestação: alterações posturais e ganho de peso durante a gravidez podem contribuir para a compressão.
- Traumas ou Cirurgias: procedimentos cirúrgicos na região pélvica ou traumas locais podem irritar ou lesionar o nervo.
- Posturas Inadequadas ou Atividades Específicas: permanecer em pé ou sentado por longos períodos, ou realizar atividades repetitivas que envolvem a flexão do quadril.
Sinais e Sintomas
Os sintomas geralmente se concentram na parte lateral da coxa e incluem:
- Dormência: sensação de insensibilidade ou redução da sensibilidade na região lateral da coxa.
- Formigamento ou Queimação: sensações anormais que podem variar de leve desconforto a dor intensa.
- Hiperalgesia: aumento da sensibilidade ao toque ou a estímulos térmicos.
- Piora com Determinadas Posturas: atividades como caminhar, ficar em pé por muito tempo ou estender o quadril podem intensificar os sintomas.

Diagnóstico
O diagnóstico da meralgia parestésica é clínico, baseado na história do paciente e no exame físico detalhado.
- História Médica Detalhada: investigação de fatores predisponentes, como uso de roupas apertadas, ganho de peso recente ou atividades que possam causar compressão do nervo.
- Exame Físico: avaliação da sensibilidade na região afetada e realização de testes específicos para reproduzir os sintomas.
- Exames Complementares:
- Ultrassonografia ou Ressonância Magnética: para identificar lesões ou compressões locais.
- Eletroneuromiografia (ENMG): avalia a condução nervosa e auxilia na exclusão de outras neuropatias.
Tratamento
O tratamento da meralgia parestésica depende da gravidade dos sintomas e da causa subjacente.
Tratamento Conservador (Não Cirúrgico)
- Alteração de Hábitos: uso de roupas mais folgadas e ajustes em posturas ou atividades que agravam os sintomas.
- Perda de Peso: quando indicado, a redução do peso corporal pode aliviar a pressão sobre o nervo.
- Medicação:
- Analgésicos e Anti-inflamatórios: para alívio da dor e redução da inflamação.
- Medicamentos para Dor Neuropática: como gabapentina ou pregabalina.
- Fisioterapia: técnicas para melhorar a postura, alongamentos e fortalecimento dos músculos ao redor da região pélvica.
Infiltrações Locais
- Injeções de Corticosteróides: aplicadas próximo ao nervo afetado para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
Tratamento Cirúrgico
- Descompressão Cirúrgica: indicada raramente, em casos que não respondem ao tratamento conservador. O procedimento envolve a liberação do nervo cutâneo femoral lateral.
- Neurectomia: em situações específicas, a secção total do nervo pode ser considerada, resultando em dormência permanente na área, mas aliviando a dor incapacitante.
Prognóstico e Recuperação
A maioria dos casos de meralgia parestésica responde bem ao tratamento conservador.
- Recuperação: pode variar de semanas a meses, dependendo da causa e da adesão ao tratamento.
- Acompanhamento Médico: é importante para monitorar a evolução e ajustar o tratamento conforme necessário.
Considerações Finais
A meralgia parestésica é uma condição tratável, e a identificação precoce é fundamental para o sucesso terapêutico. Se você apresentar sintomas compatíveis com essa condição, procure orientação médica para avaliação e tratamento adequados.